9 de nov. de 2011

Ensaio 01

Segunda-feira dia 07/11 foi meu primeiro dia de experimentação física. Uma mesa, uma cadeira, um livro e eu. A princípio este ensaio foi para experimentar movimentos com estes objetos. É preciso além de experimentar mais, separadamente, as possibilidades de cada objeto, definir melhor a cena. Os objetivos da cena, quais são eles? O que eu quero com esta cena? Ainda não cheguei no roteiro, tenho um argumento: homem, obcecado por livros e conhecimento, tenta entender o amor por meio da leitura. Preciso dissecar este argumento, transformá-lo em um roteiro.

31 de out. de 2011

Mais ideias

Agora penso em um cenário repleto de livros. Uma mesa, uma cadeira e livros, muitos livros, livros sobre a mesa, livros no chão, livros pendurados, livros por todos os lados.
Encontrei um concerto para solo de violino, cordas, harpa e percussão chamado Serenade do compositor americano Leonard Bernstein.
Eu poderia pegar uma parte desse concerto e experimentar movimentos com o corpo. Encontrei alguns vídeos no youtube com esta peça.

Preciso começar a experimentar!!!!!!!!

28 de out. de 2011

Roteiro

Após 70 dias do início do processo criativo consegui chegar a um roteiro. Passei por algumas ideias, mas só consegui desenvolver uma agora. Preciso pensar sobre isso com relação ao meu processo. Enquanto eu fico mergulhado nas ideias, lendo e lendo a obra, sobre o autor, eu deixo de perceber a minha relação com a obra. Quando decidi sair do Simposio, percebi que o que eu queria era estar lá dentro, participando das discussões, ou pelo menos ouvindo as, o que concerteza seria o que eu faria se lá estivesse. Então descobri minha relação com a obra, com Platão, eu quero participar deste universo, do mundo das ideias, mas ainda tenho muito que caminhar, crescer, desenvolver, trabalhar, por enquanto minha solução está na máscara, no disfarce, no truque, no Zanni.
Segue um primeiro roteiro:

Platão que me desculpe, mas o erótico não está nas idéias.

Cenário: Em frente à porta do salão onde se encontra Ágaton e seus convidados discursando sobre Eros.

Elenco: Dois atores e três flautistas.

Argumento: Dois atores que se apresentaram na tragédia de Ágaton no dia anterior ao banquete, estão disfarçados de garçons para poderem participar do festim onde estarão reunidos ilustres cidadãos atenienses, entre eles, Sócrates.

Um dos atores, aficionado pelas estórias que houve a respeito de Sócrates e suas idéias, quer ir ao banquete para conhecer de perto o venerado filósofo. Convence seu parceiro, a juntos se disfarçarem de garçons para poderem servir os convivas, e poder ouvir as discussões.

Roteiro: Saem de dentro do salão os garçons retirando as flautistas a pedido do anfitrião. As flautistas tocam seus instrumentos, que durante toda a cena, irão dialogar com a cena. Os garçons voltam por onde saíram para retirar também a comida. Daí segue um entra e saí do salão por parte dos garçons demonstrando por suas reações os discursos que estão acontecendo no interior daquele recinto. Estas entradas e saídas será marcada pelo número de discursos no banquete.

Os atores estarão mascarados. Pretende-se trabalhar com Teatro de Máscara.

Deseja-se com este trabalho fazer uma sátira a Platão, principalmente, sobre sua idéia de Mundo das Idéias e à sua negação ao artista, sobretudo o ator.

Material:

· Tecido branco grande para transformar na entrada de uma tenda, ou salão;

· Letreiro indicando: SYMPOSION

· Cordas, arames, etc.

· Bandejas;

· Copos ou taças;

· Frutas: uvas, etc.

· Vinho ou bebida que se assemelhe ao vinho;

· Mesa;

· Máscaras;

Figurino:

· 3 vestidos longos claros similares aos vestidos por mulheres gregas.

· 3 faixas para serem enroladas nos vestidos.

· 2 ternos pretos.

· 2 camisas brancas.

· 2 sapatos pretos.

· 2 gravatas borboletas pretas.

Duração: por volta de 20 minutos.

26 de out. de 2011


Quero sair do Simpósio, para ir para onde Platão envia os escravos da casa de Agaton. Quero ir para onde foram as flautistas, a música, os corpos, a comida.
Enquanto dentro do Banquete estão as grandes mentes de Atenas, discutindo e filosofando sobre Eros, o que estariam fazendo os escravos e as escravas? Não estariam eles vivenciando, experimentando Eros?
Sei o quanto uma discussão filosófica é excitante, já vivi a experiência, mas eu não poderia levar isso pra cena. Não tenho nem o gabarito para tal.
Ficarei onde penso que posso desenvolver algo, no corpo, nas sensações.
Como provocar uma sensação erótica? Quando penso em sensualidade, logo penso nas cores, nos tons, nos sons, nos cheiros, aromas, sabores exóticos e picantes do Oriente.
Preciso parar de imaginar a Grécia branca, alva e clássica. A Grécia tá ali, encostada no Oriente e recebeu enorme influencia de seus vizinhos. Pensar mais em cores.

Platão que me desculpe, mas o erótico não está nas ideias!

Platão que fique no mundo das ideias, eu vou procurar pelo erótico aqui no mundo material!

25 de out. de 2011

Ok! Do que se trata o blog?
Faz parte da disciplina Tópicos Especiais em Artes Cênicas, ministrada pelos professores Marcus Mota e Hugo Rodas, dentro do programa de pós-graduação em Arte na UNB.
Aqui vou registrar meu processo criativo a partir da obra o Banquete, de Platão.
A disciplina teve início no dia 17/08 e só agora estou criando o blog.
Ainda não tenho muita intimidade com o mundo virtual. Este é meu primeiro blog. Todas minhas anotações, pensamentos, rascunhos, faço sempre em cadernos. Tenho cadernos desde 2002. Os anteriores foram dados.
O tema proposto me agrada muito, o Erótico!
Pensei em propor uma investigação da erotização do corpo, o corpo erotizado.
Preciso ler o livro de Georges Bataille, O erotismo.
Acabo de descobrir outro autor que preciso ler: Mario Perniola, filósofo italiano, e seu livro Ritual Thinking - Sexuality, Death, World.
Este livro acredito que seja interessante para o que estou pensando, pois quero investigar a relação de Eros e Thanatos. Amor e Morte.
Esta relação me chamou a atenção porque no Banquete, no discurso de Fedro, ele diz que, “Sem dúvida, só os erontas (aqueles movidos por Eros) se dispõem a morrer uns pelos outros, quer homens, quer mulheres”. E que este gesto de morrer pelo próximo agrada os deus e permite retornar do reino dos mortos como aconteceu com Alceste.
Fedro é outro dos diálogos de Platão que quero ler para este trabalho, assim com o Fédon.
Bem, vou para a leitura do Fédon.

Finalmente!

Finalmente dei um ponta pé inicial ao processo de criação, pelo menos na forma de registro!